Se fosse uma faca, eu estaria morta”: técnica do Samu é agredida com barra de ferro durante atendimento em casa noturna no Paraná
Profissional relata terror e medo após ataque durante socorro em Francisco Beltrão; Polícia Civil investiga o caso
Uma noite de trabalho que deveria ser de socorro e cuidado terminou em violência e pânico. Uma técnica de enfermagem do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi brutalmente agredida com uma barra de ferro durante um atendimento de emergência em uma casa noturna de Francisco Beltrão, no Sudoeste do Paraná.
O caso aconteceu na madrugada de domingo (12) e deixou a profissional emocionalmente abalada e temendo novas agressões. As autoras do ataque fugiram antes da chegada da polícia.
Atendimento virou cena de violência
Segundo o relato da técnica, a equipe do Samu foi acionada para atender uma mulher em crise convulsiva em frente ao estabelecimento. No local, os socorristas foram surpreendidos por outra mulher, que dizia ter sido agredida.
“De repente, a agressora apareceu com uma barra de ferro nas mãos e começou a bater na outra mulher. A vítima correu para dentro da ambulância tentando se proteger, mas ela veio atrás, desferindo golpes. Fiquei presa entre a maca e o banco e, nesse momento, ela me atingiu na perna”, contou a profissional, ainda abalada.
Dentro da ambulância, o caos se instaurou. As duas mulheres continuaram brigando até que um homem que estava próximo interveio e retirou as envolvidas. A equipe médica conseguiu fechar a porta do veículo e deixar o local para garantir a própria segurança.
“Se fosse uma faca, eu estaria morta”
Mesmo ferida, a técnica conseguiu manter o controle da situação e pedir apoio da Polícia Militar. Quando os agentes chegaram, as agressoras já haviam desaparecido.
“Estou abalada emocionalmente e com medo. Neste dia foi uma barra de ferro. Se fosse uma faca, eu estaria morta. Tudo aconteceu muito rápido, e a agressora parecia completamente transtornada”, desabafou.
Outra equipe do Samu atendeu a mulher ferida na confusão. Segundo informações, ela sofreu fratura em um dos braços.
Casos de violência contra socorristas aumentam no Sudoeste
O Consórcio Intermunicipal de Saúde (Ciruspar) confirmou que este é mais um caso de agressão contra equipes de emergência na região. Somente em 2025, 67 ocorrências de ameaças e ataques a socorristas já foram registradas no Sudoeste do Paraná — um número alarmante que preocupa as autoridades.
A Polícia Civil de Francisco Beltrão abriu inquérito para identificar as agressoras, que devem responder pelo crime de lesão corporal.
Clamor por segurança
Casos como este reacendem o debate sobre a segurança das equipes de atendimento móvel, que muitas vezes entram em ambientes hostis para salvar vidas. A técnica, que preferiu não ser identificada, fez um apelo emocionado:
“Estamos ali para ajudar, não para sermos agredidos. O medo fica, e a sensação é de que a qualquer momento pode acontecer de novo.”

