ParanáÚltimas notícias

Paraná injeta R$ 300 milhões em créditos de ICMS para salvar empresas exportadoras afetadas por tarifaço dos EUA

Pacote emergencial promete aliviar impacto das novas barreiras comerciais e manter empregos no Estado

O Governo do Paraná confirmou na sexta-feira (8) a liberação de um pacote de R$ 300 milhões em créditos de ICMS para amparar empresas paranaenses duramente atingidas pelo recente aumento nas tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos.

A medida, anunciada há algumas semanas e agora oficializada com valor definido, será executada ainda em agosto e busca injetar liquidez imediata nos setores mais prejudicados, garantindo fôlego financeiro e preservando postos de trabalho.


Como funcionará o pacote

Os créditos serão liberados por meio do Sistema de Controle da Transferência e Utilização de Créditos Acumulados (Siscred). O teto individual será de R$ 10 milhões para empresas que exportam menos de 10% de seu faturamento total para os EUA.

A transferência dos valores será feita em 12 parcelas mensais, garantindo recursos constantes para o fluxo de caixa. O uso dos créditos será proporcional à participação das exportações para os EUA no faturamento de 2024, respeitando os limites fixados.

Além disso, empresas com créditos acumulados poderão transferir parte dos valores habilitados na “Conta Investimento” do Siscred, desde que tenham exportado para os Estados Unidos neste ano.


Menos burocracia, mais competitividade

As novas regras, a serem detalhadas em decreto nos próximos dias, também reduzem exigências para que empresas acessem o diferimento de ICMS: o percentual mínimo de receita bruta oriunda de exportações cai de 80% para 50% até 2026, facilitando a adesão de companhias impactadas.

Norberto Ortigara, secretário da Fazenda do Paraná. Foto: José Gomercindo / ANPr

Segundo o secretário da Fazenda, Norberto Ortigara, o objetivo é evitar que a alta das tarifas externas retire empresas paranaenses do mercado internacional.

“Vamos garantir a continuidade das operações no comércio exterior e dar suporte real às empresas nesse momento de crise”, afirmou Ortigara.


Mais R$ 1 bilhão para o agro até 2026

Outro anúncio importante é a previsão de R$ 1 bilhão para devoluções do Siscred a partir de janeiro de 2026. Para ter direito, as empresas deverão investir no Paraná Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Paraná FIDC), também conhecido como plano safra estadual.

Essa antecipação de recursos, que normalmente levaria anos pelo regramento tributário, busca fortalecer a cadeia produtiva do agronegócio a longo prazo.


Exportações paranaenses para os EUA em números

📊 Levantamento da Secretaria da Fazenda e da Receita Estadual aponta que cerca de 700 empresas paranaenses têm mais de 1% de seu faturamento oriundo de exportações para os EUA.
📊 Entre elas, 16 companhias dependem quase exclusivamente desse mercado, com mais de 90% da receita vinda do país norte-americano.
📊 O setor madeireiro lidera as vendas, seguido por produtos como máquinas, plásticos, alumínio, açúcar, café, adubos, borracha, medicamentos, móveis, pescados e óleos vegetais.
📊 Em média, o Paraná exporta US$ 1,5 bilhão por ano aos Estados Unidos. Até junho de 2025, o volume chegou a US$ 735 milhões.


Linhas de crédito para todos os portes

O pacote estadual se soma a novas linhas de financiamento:

  • BRDE: R$ 200 milhões para empresas e cooperativas exportadoras, com taxa de IPCA + 4%, prazo de 5 anos e 1 ano de carência. Já há R$ 137 milhões em pedidos protocolados.

  • Fomento Paraná: R$ 200 milhões voltados a micro e pequenas empresas, incluindo microcrédito e renegociação de dívidas para negócios com prejuízo de até R$ 500 mil.


Meta: manter a competitividade paranaense

O governo também permitirá que empresas do programa Paraná Competitivo solicitem prorrogação nos prazos de investimento, evitando sufocamento financeiro.

Com as medidas, a expectativa é de que a indústria paranaense consiga resistir aos impactos das barreiras comerciais e siga garantindo empregos e arrecadação.

“O decreto é mais do que um alívio momentâneo — é uma estratégia para preservar a competitividade do Paraná no mercado global”, concluiu Ortigara.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *