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Menos de um mês após conseguir medida protetiva, mulher é morta a facadas pelo ex-marido no Paraná

Feminicídio em Ibiporã expõe falhas na rede de proteção às vítimas de violência doméstica

Ibiporã, norte do Paraná — A vida de Keusileny Rysik Barbosa, de 34 anos, foi brutalmente interrompida no último domingo (31), quando ela foi morta a facadas pelo ex-marido, Dhekson Cardoso do Nascimento, dentro de uma residência no município. O crime ocorreu menos de um mês após a Justiça conceder uma medida protetiva de urgência contra o agressor.

O caso chocou a comunidade e reacendeu o debate sobre a efetividade dos mecanismos de proteção às mulheres vítimas de violência.

Proteção que não chegou a tempo

De acordo com a Polícia Militar, a decisão judicial que impedia o agressor de se aproximar da vítima foi concedida em 12 de agosto. Apesar da medida, o feminicídio ocorreu dentro de uma residência em Ibiporã, revelando falhas na rede de proteção.

A PM confirmou que Keusileny tinha acesso ao chamado “botão do pânico”, um aplicativo que possibilita pedir ajuda imediata em situações de risco. No entanto, segundo a corporação, o dispositivo não foi acionado. O pedido de socorro foi feito apenas por ligação ao 190.


O último ato do agressor

Após o crime, Dhekson enviou uma mensagem à própria irmã confessando o assassinato. Em seguida, fugiu até uma chácara em Jataizinho, cidade vizinha. Lá, incendiou a moto da vítima e, pouco depois, tirou a própria vida.


Um ciclo de violência interrompido pelo feminicídio

Keusileny e Dhekson foram casados, mas estavam em processo de separação. Como tantas mulheres no Brasil, ela havia recorrido ao sistema de Justiça na tentativa de garantir segurança, mas não resistiu ao ataque covarde.


Polícia se manifesta

Em nota oficial, a Polícia Militar do Paraná informou:

“A vítima possuía medida protetiva vigente, que contempla o dispositivo conhecido como ‘Botão do Pânico’. No entanto, a vítima não chegou a realizar seu acionamento. O pedido de socorro foi realizado por meio de ligação telefônica, através do número 190.”

A corporação destacou ainda a atuação da Patrulha Maria da Penha, responsável pelo acompanhamento de mulheres em situação de violência doméstica.


Violência contra a mulher em números alarmantes

O caso de Keusileny se soma a uma estatística sombria: o Brasil registra um feminicídio a cada sete horas, segundo dados oficiais. Mesmo com medidas protetivas, muitas vítimas não conseguem escapar da violência que, em grande parte das vezes, é praticada por parceiros ou ex-companheiros.


Denúncia pode salvar vidas

Autoridades reforçam que mulheres em situação de violência podem denunciar pelos seguintes canais:

  • 190 – Polícia Militar

  • Aplicativo 190 PR

  • Disque 180 – Central de Atendimento à Mulher

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