Governador Ratinho Junior apresenta Fundo Soberano do Paraná ao BID em Washington
Estratégia inédita para garantir segurança fiscal, investimentos e desenvolvimento sustentável
O governador Carlos Massa Ratinho Junior apresentou nesta terça-feira (26), em Washington (EUA), a proposta de criação do Fundo Estratégico do Paraná (FEPR), um Fundo Soberano que promete transformar a gestão financeira do Estado e preparar a economia para os desafios da próxima década. O projeto foi detalhado ao presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, em uma reunião que reforça a aproximação do Paraná com instituições globais de fomento.
Um Fundo para o Futuro
A proposta do Governo do Paraná prevê que o FEPR seja estruturado por meio de projeto de lei a ser encaminhado à Assembleia Legislativa. O fundo terá três pilares centrais:
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Desenvolvimento Socioeconômico
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Sustentabilidade Fiscal
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Enfrentamento de Desastres
Com o fim da autonomia dos estados para conceder benefícios fiscais a partir de 2028 — consequência da Reforma Tributária — o Paraná busca se antecipar. O fundo receberá recursos do Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais da União, além de outras fontes, garantindo atratividade para novos negócios e estabilidade financeira.
Investimentos sem aumento de impostos
Segundo Ratinho Junior, a proposta não envolve aumento da carga tributária. A ideia é que o Estado atue como investidor âncora, mobilizando capital nacional e internacional para setores estratégicos como infraestrutura logística, agroindústria de baixo carbono, inovação, bioeconomia e indústrias de maior valor agregado.
“Estamos criando soluções modernas para que o Paraná continue sendo protagonista no mercado global. Esse fundo vai garantir que nossa economia siga competitiva, atraindo empresas e gerando empregos de qualidade”, afirmou o governador.
Reserva contra crises e desastres naturais
O FEPR também funcionará como um colchão de liquidez, assegurando a saúde fiscal do Paraná mesmo em momentos de crise econômica. Parte dos recursos será destinada a uma reserva específica para enfrentamento de desastres naturais, permitindo respostas rápidas em situações de emergência e suporte imediato às famílias atingidas.
Gestão e Fontes de Recursos
O fundo será administrado pela Secretaria da Fazenda e contará com aportes de diferentes origens:
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10% das aplicações financeiras do Tesouro Estadual
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Venda de ativos e royalties
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Recursos de operações de crédito
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Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais da União
Apoio do BID
O presidente do BID, Ilan Goldfajn, destacou o potencial da iniciativa:
“O BID acredita que pode ajudar o Paraná a atrair investimentos de qualidade para gerar progresso e desenvolvimento. Projetos como esse fortalecem a resiliência diante das mudanças climáticas e melhoram vidas.”
Fundo de Saneamento Básico em andamento
Além do FEPR, o governo também está estruturando um Fundo de Saneamento Básico. O objetivo é aplicar R$ 300 milhões que hoje estão na Agepar para financiar, com juros subsidiados, obras que acelerem a universalização do saneamento.
Atualmente, o Paraná tem 83% de cobertura e busca ser o primeiro estado do Brasil a universalizar o serviço, atingindo 90% de esgoto tratado e 100% de água potável.
Programas em parceria com o BID
Na mesma agenda, foram reforçadas parcerias estratégicas com o banco:
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Programa Vida Nova: convênio de US$ 187 milhões para garantir moradia digna a 6 mil famílias em situação de vulnerabilidade nos próximos cinco anos.
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Paraná Urbano III: ações de urbanização sustentável, pavimentação, drenagem, iluminação, áreas verdes, equipamentos de saúde, educação e transporte em municípios do Estado.
Autoridades presentes
A reunião contou ainda com a presença de Eduardo Bekin (diretor-presidente da Invest Paraná), Giancarlo Rocco (diretor de Relações Internacionais da Invest Paraná), da secretária da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, Leandre Dal Ponte, e da deputada estadual Márcia Huçulak.
📌 Exclusivo: Com a criação do FEPR, o Paraná se posiciona como um dos primeiros estados brasileiros a planejar sua economia de forma soberana para enfrentar o fim dos incentivos fiscais e os impactos das mudanças climáticas.
Fonte: AEN
Fotos: Jonathan Campos/AEN