Farmacêuticos são suspeitos de encomendar roubos a farmácias rivais no Paraná
Crimes aconteceram em Londrina e em cidades de outros estados. Segundo investigação, alvo principal do grupo eram canetas emagrecedoras.
Uma operação da Polícia Civil do Paraná (PC-PR) revelou um suposto esquema criminoso envolvendo farmacêuticos de Londrina e Apucarana, no norte do estado. A investigação aponta que profissionais da saúde teriam encomendado roubos a farmácias concorrentes para abastecer uma rede clandestina de venda de medicamentos controlados.
Na manhã desta segunda-feira (10), três farmacêuticos tiveram suas permissões profissionais suspensas, enquanto a polícia cumpria mandados de busca e apreensão em três cidades: Londrina, Apucarana e Florianópolis (SC).
💉 Alvo do esquema: canetas emagrecedoras e remédios controlados
Segundo o delegado Rafael Souza Pinto, o grupo priorizava o roubo de canetas emagrecedoras, medicamentos de alto valor e grande demanda no mercado. Os assaltantes chegavam a usar caixas térmicas para evitar que a composição dos produtos fosse prejudicada durante o transporte.
Depois dos roubos, os medicamentos eram repassados aos farmacêuticos investigados, que integrariam uma rede paralela de comercialização. Os produtos eram ofertados diretamente ao consumidor, com valores abaixo do preço de mercado.
Além das canetas, outros remédios controlados estariam envolvidos no esquema, incluindo:
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medicamentos para insônia;
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substâncias psicoativas;
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anabolizantes e esteroides;
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antibióticos de uso restrito.
Pagamentos via PIX e maquininhas registradas em outros CNPJs
Para dificultar o rastreamento, os consumidores eram orientados a pagar via PIX ou por máquinas de cartão cadastradas em empresas de fachada — como brechó, loja de roupa e restaurante.
A estratégia, segundo a polícia, servia para ocultar a origem ilegal dos recursos.
26 crimes só em Londrina — e plano atuava também em outros estados
A polícia investiga 26 roubos registrados desde junho de 2024 apenas em Londrina.
Entretanto, há indícios de que a atuação do grupo teria se estendido para Minas Gerais e São Paulo, onde ocorreram crimes com o mesmo modo de operação.
A rede criminosa seria composta por:
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farmacêuticos;
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assaltantes responsáveis pelos roubos;
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motoboys encarregados da entrega;
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e o suposto chefe da organização.
Ao todo, 16 pessoas são investigadas.
Mandados, prisões e R$ 9 milhões bloqueados
A operação desta segunda-feira cumpriu 19 mandados de busca e apreensão.
Farmácias, residências e empresas foram alvo das equipes.
Duas pessoas foram presas em flagrante por portarem receitas médicas falsas.
Durante a ação, 22 contas bancárias ligadas aos investigados foram bloqueadas — somando aproximadamente R$ 9 milhões.
Crimes investigados e próximos passos
Os suspeitos podem responder por:
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crimes contra a saúde pública;
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roubos agravados com emprego de arma de fogo;
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receptação qualificada;
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associação criminosa;
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tráfico de drogas.
A Polícia Civil segue analisando os documentos apreendidos, fluxos financeiros e comunicações internas do grupo para fechar as últimas peças da investigação.

