Motociclista é atingido por trem em Curitiba e fica em estado grave
Travessia arriscada termina em acidente durante a madrugada; concessionária e testemunhas divergem sobre sinalização
Um motociclista de 50 anos ficou gravemente ferido após ser atingido por uma locomotiva na madrugada desta quinta-feira (6), em Curitiba. O acidente ocorreu por volta da 1h, na região do cruzamento das Ruas Canadá e Deputado Joaquim José Pedrosa, entre os bairros Santa Cândida e Cabral — um ponto conhecido pelo fluxo constante de veículos que cruzam a linha férrea.
Travessia em grupo terminou em tragédia
A vítima trafegava com outros três amigos, todos em motocicletas. Os companheiros conseguiram atravessar os trilhos segundos antes da passagem do trem. O quinto motociclista, no entanto, foi surpreendido e acabou atingido pela composição.
Um dos integrantes do grupo relatou que o sinal sonoro da locomotiva só foi ouvido quando o trem já estava muito próximo do cruzamento, o que teria impedido qualquer reação rápida. Segundo ele, a baixa visibilidade e a ausência de ruídos aparentes dificultaram a percepção da aproximação da composição.
Concessionária rebate e garante cumprimento de protocolos
Em nota oficial, a Rumo, responsável pela operação ferroviária, afirmou que o maquinista “cumpriu rigorosamente todos os protocolos de segurança”, entre eles o acionamento da buzina e dos freios de emergência. A empresa ressalta que, devido ao peso e à extensão da composição, a frenagem total é impossível em curtos trechos, o que inviabilizou evitar o impacto.
A concessionária ainda reforçou que, segundo o Código de Trânsito Brasileiro (art. 212), a preferência absoluta é sempre do trem, e que atravessar a linha férrea sem parar constitui infração gravíssima.
Atendimento imediato e estado de saúde
O motociclista foi socorrido pelo SIATE (Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma), que prestou os primeiros atendimentos ainda no local. Ele foi encaminhado com ferimentos graves ao hospital, onde permanece sob cuidados intensivos.
Acidente reacende debate sobre segurança ferroviária
O caso volta a levantar discussões sobre medidas de segurança em cruzamentos urbanos, especialmente durante a madrugada, quando o fluxo diminui e a atenção tende a diminuir. Enquanto testemunhas apontam falhas na percepção dos sinais, a concessionária reafirma que a travessia exige parada obrigatória, independentemente das condições do momento.
A Polícia Civil e a perícia devem analisar as circunstâncias do acidente para esclarecer pontos ainda divergentes entre as versões apresentadas.

