Polícia deflagra grande operação contra rede de bebidas falsificadas em PR e SP
Ação simultânea cumpre 17 mandados, apreende 200 mil garrafas e mira esquema milionário de adulteração alcoólica
A Polícia Civil de São Paulo desencadeou, nesta quinta-feira (6), mais uma fase de uma investigação que vem desmantelando um sofisticado esquema de falsificação de bebidas alcoólicas com ramificações em dois estados. A ofensiva, que mobilizou equipes em São Paulo, interior paulista e Paraná, resultou na prisão de três suspeitos e na apreensão de cerca de 200 mil garrafas adulteradas.
Segundo a corporação, a quadrilha movimentava um circuito clandestino milionário, capaz de colocar no mercado produtos envasados com conteúdo de baixa qualidade em garrafas de marcas conhecidas — prática que representa grave risco à saúde pública.
Ação coordenada, alvos simultâneos
A operação cumpriu 17 mandados de busca e apreensão na capital paulista e em cidades do interior — Americana, Marília, Taquaritinga, Sertãozinho e Matão — além de Londrina, no Paraná.
Nos bairros de Ermelino Matarazzo e Vila Cruzeiro, na zona leste de São Paulo, agentes localizaram dois depósitos clandestinos abarrotados de garrafas, rótulos e embalagens utilizados na falsificação. De acordo com as equipes, o volume de material encontrado reforça a estrutura organizada da quadrilha, que mantinha clara divisão de tarefas e atuação sistemática.
Prisão em bar e sinais de adulteração
Durante as diligências, um comerciante de Sertãozinho também foi preso. A polícia constatou que as bebidas vendidas no estabelecimento apresentavam cheiro, coloração e volume incompatíveis com os produtos originais. Garrafas aparentemente lacradas tinham variações visíveis e denunciavam o processo de adulteração.
Os detidos responderão por associação criminosa e adulteração de bebidas, crimes previstos na legislação brasileira.
Operação “Parece, mas não é”: a quarta fase
Esta etapa integra a quarta fase da Operação “Parece, mas não é”, iniciada em janeiro. O trabalho é conduzido pelo 42º Distrito Policial (Parque São Lucas), com apoio de delegacias do interior e da Guarda Civil Metropolitana.
A ofensiva atual também faz parte das ações do gabinete de crise criado pelo governo estadual para conter os casos de intoxicação por metanol registrados recentemente.
Fases anteriores: prisões de figuras centrais do esquema
Na terceira fase, os investigadores prenderam Alerrandro Adriano de Andrade Araujo, apelidado de “rei do uísque” e considerado um dos maiores distribuidores de bebidas falsificadas em São Paulo.
Em outra etapa, agentes capturaram o garrafeiro Anderson Alex da Silva, de quem foram apreendidas 3 mil garrafas já preparadas para distribuição.
Risco à saúde e avanço das investigações
A Polícia Civil reforça que o consumo de bebidas adulteradas pode causar desde intoxicações leves até consequências graves, especialmente quando há presença de substâncias proibidas, como o metanol.
A operação continua, e novas ações devem ocorrer para desarticular completamente a cadeia criminosa responsável por abastecer bares, depósitos e pontos de venda com produtos fraudulentos.

