Sanepar dá primeiro passo para internacionalização com avanço de parceria no Paraguai

Encontro em Assunção marca nova fase nas relações bilaterais e abre caminho para atuação da empresa paranaense fora do Brasil

A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) está prestes a romper fronteiras. Um encontro de alto nível entre diretores da empresa e representantes do governo do Paraguai, realizado nesta quarta-feira (15) em Assunção, pode ter marcado o início da internacionalização da estatal paranaense, com foco inicial em projetos de saneamento em Ciudad del Este, cidade vizinha a Foz do Iguaçu.

Expansão estratégica: do Paraná para o mundo

A comitiva paranaense foi liderada pelo diretor-presidente da Sanepar, Wilson Bley, e contou com a presença dos diretores Sergio Wippel (Operações) e Anatalicio Risden Junior (Inovação e Novos Negócios). Eles se reuniram com a ministra de Obras e Comunicações do Paraguai, Claudia Centurión, e com o presidente da Empresa de Serviços Sanitários do Paraguai (Essap), Luifer Bernal.

O encontro, solicitado pelo presidente paraguaio Santiago Peña, teve um tom amistoso e produtivo. “Fomos recebidos com muita receptividade. Já existe um termo de cooperação firmado para reduzir as perdas de água e agora há uma firme intenção de avançar com propostas concretas, especialmente em Ciudad del Este”, afirmou Bley.

Parceria em construção: cooperação técnica e inovação

A ampliação da parceria com a Essap abre espaço para a Sanepar atuar em licitações e projetos no país vizinho, consolidando-se como referência regional em saneamento. A iniciativa também reforça os laços entre o governo do Paraná e o Paraguai — uma prioridade do governador Carlos Massa Ratinho Junior, que vem mantendo uma agenda ativa com o presidente Peña para fomentar negócios, investimentos e integração econômica.

Menos de duas semanas antes da viagem a Assunção, representantes da Essap, da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) e da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) apresentaram, em Curitiba, as primeiras ações conjuntas ao vice-governador Darci Piana, no Palácio Iguaçu.

Tecnologia paranaense a serviço do desenvolvimento regional

Reconhecida nacionalmente por sua eficiência, a Sanepar está aplicando seu know-how em projetos internacionais para combater perdas de água e aprimorar a gestão de sistemas de abastecimento. Segundo o Instituto Trata Brasil, a empresa mantém um dos menores índices de perdas do país — 34%, contra uma média nacional de 40%.

Esse resultado é fruto de investimentos em monitoramento em tempo real, uso de tecnologias avançadas de detecção de vazamentos e planos preventivos de manutenção de adutoras. No Paraguai, onde as perdas chegam a 45%, a meta é ambiciosa: reduzir esse índice para 35% em apenas três anos.

Expansão global: Espanha e América Central no radar

A presença internacional da Sanepar não para no Paraguai. Em setembro, a companhia assinou um Memorando de Entendimento com a Acciona, na Espanha, para desenvolver estudos e participar em conjunto de concorrências públicas de saneamento em várias regiões do Brasil. O acordo foi firmado com a presença do governador Ratinho Junior, reforçando o caráter estratégico da parceria.

Além disso, a Sanepar também avança em Honduras, na América Central, apoiando empresas locais na definição de diretrizes contra perdas de água. Técnicos paranaenses já estiveram em Puerto Cortés, Siguatepeque e na capital Tegucigalpa, onde o projeto — com duração prevista de 16 meses — busca melhorar o tratamento de esgoto e o acesso à água potável em um país onde apenas 3,2% do esgoto é tratado.

Um novo capítulo na história da Sanepar

Com expertise técnica consolidada e visão de futuro, a Sanepar se prepara para dar um salto internacional inédito em seus 60 anos de história. O avanço das tratativas com o Paraguai simboliza não apenas uma nova fronteira de atuação, mas também o reconhecimento da excelência paranaense em saneamento.

“Estamos levando a experiência da Sanepar e a qualidade do trabalho paranaense para além das fronteiras. É o início de uma nova era para o saneamento e para o Paraná”, concluiu Wilson Bley.