ParanáÚltimas notícias

Jovem de 18 anos é presa no Paraná após ameaçar, difamar e planejar sequestro de professora.

Caso chocante em Ponta Grossa expõe perseguição, mentiras nas redes e escalada de violência contra educadora e sua família

Uma jovem de 18 anos foi presa preventivamente nesta terça-feira (7) em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, após uma investigação que revelou uma campanha de perseguição e terror psicológico contra uma professora e seus familiares.

De acordo com a Polícia Civil, a jovem é suspeita de praticar stalking, ameaças de morte, difamação, calúnia, coação processual e até de planejar o sequestro da vítima. O caso, descrito pelos delegados Derick Moura Jorge e Fernando Vieira como “extremamente grave e perturbador”, vinha sendo investigado desde maio deste ano.

Obsessão e vingança: o início da perseguição

As investigações apontam que o comportamento da suspeita começou após a professora assumir a função de outra docente, de quem a aluna dizia “gostar mais”. Movida por ciúmes e inconformismo, a jovem teria iniciado uma série de ataques virtuais e físicos contra a educadora.

Ela criou perfis falsos nas redes sociais para difamar a vítima, divulgando dados pessoais, documentos, fotos e informações falsas sobre supostas dívidas e maus-tratos a alunos.

Segundo os delegados, as mensagens se tornaram cada vez mais ameaçadoras e envolviam até a filha adolescente da professora, de 16 anos, além de outros familiares.

“As ameaças eram diretas, explícitas e indicavam que havia gente ‘de olho’ em toda a família”, relatou o delegado Derick Moura Jorge.

Plano de sequestro e ameaças de morte

Durante o interrogatório, a jovem confessou ser autora das ações, revelando inclusive ter elaborado um plano para sequestrar a professora. Mesmo após ser advertida pela Polícia Civil sobre a gravidade das condutas e a necessidade de cessar as ameaças, ela intensificou a perseguição.

No dia seguinte ao alerta policial, enviou novas mensagens dizendo que “o dia estava próximo” e que “algo muito grave iria acontecer”, além de publicar o endereço residencial da vítima.

“O comportamento mostrava total desprezo pelas ordens policiais e risco concreto à integridade física da professora e de sua família”, afirmou o delegado Fernando Vieira.

Intimidação nas ruas e empurrão durante ameaça

A perseguição ultrapassou o ambiente virtual. A Polícia Civil apurou que a jovem passava diversas vezes em frente ao local de trabalho da professora em alta velocidade com uma moto, como forma de intimidação.

Em uma das ocasiões, ela chegou a empurrar a educadora durante uma discussão e a repetir ameaças de morte. O episódio aumentou o temor da vítima e levou os investigadores a pedirem a prisão preventiva da suspeita.

Prisão preventiva e crimes investigados

Diante da gravidade dos fatos e do risco iminente de concretização das ameaças, o Poder Judiciário acatou o pedido da Polícia Civil e decretou a prisão preventiva da jovem, cumprida na manhã desta terça-feira.

Ela responderá por perseguição qualificada (pena de até 3 anos), ameaça (6 meses), calúnia (2 anos), difamação (1 ano) e coação no curso do processo (4 anos) — podendo pegar mais de 10 anos de reclusão se condenada por todos os crimes.

Sigilo e proteção à vítima

Por questões legais e de segurança, o nome da suspeita e da instituição de ensino não foram divulgados. A professora e a filha estão sob acompanhamento e proteção policial.

A Polícia Civil reforçou que casos de stalking, ameaças e violência psicológica devem ser denunciados imediatamente, destacando que o comportamento repetitivo de perseguição pode evoluir rapidamente para tragédias.

Maria Paula Carnelossi

Por: Maria Paula Carnelossi | Folha Regional

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *