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Funcionário de supermercado é preso por desviar R$ 10 milhões no Paraná: polícia investiga uso de laranjas e apostas online

Jovem de 20 anos confessou fraude milionária em Dois Vizinhos; esquema envolvia PIX, boletos falsos e até sites de jogos de azar.

Do setor administrativo à prisão preventiva

Um esquema de fraude que movimentou cerca de R$ 10 milhões foi desmantelado em Dois Vizinhos, no sudoeste do Paraná. O protagonista do caso é um auxiliar de escritório de apenas 20 anos, que ocupava um cargo de confiança em um supermercado da cidade.
Preso em flagrante na última sexta-feira (5), ele teve a prisão convertida em preventiva e agora responde a uma série de crimes graves.

Confiança traída e fraude sofisticada

De acordo com a Polícia Civil, o funcionário usava o acesso privilegiado ao setor administrativo para realizar transferências via PIX para contas de terceiros, conhecidos como “laranjas”.
Segundo o delegado Rafael Moraes Tavares, responsável pela investigação, a fraude foi possível justamente porque o jovem detinha a confiança do proprietário:

“Esse funcionário tinha acesso às movimentações bancárias e aproveitou a brecha para realizar transferências milionárias”, explicou.

Denúncia partiu do próprio supermercado

O esquema começou a ser desvendado em maio deste ano, quando o proprietário desconfiou de movimentações financeiras e denunciou o caso à polícia.
Inicialmente, os desvios eram feitos via PIX, mas após a descoberta, o suspeito mudou de estratégia: passou a inserir boletos fraudulentos entre os documentos de pagamento do supermercado, que eram quitados pelo empresário sem perceber o golpe.

“Foi um choque. Nunca imaginei que ele fosse capaz de desviar valores dessa forma”, declarou o dono do supermercado, que preferiu não se identificar.

Apostas online e vício em jogos

As investigações revelaram que parte do dinheiro foi parar em plataformas de apostas online. O suspeito confessou os desvios e afirmou ser viciado em jogos de azar.
Para a polícia, no entanto, ainda é preciso esclarecer se o vício era verdadeiro ou apenas uma forma de lavar o dinheiro desviado.

Laranjas e rede criminosa

A PCPR identificou ao menos três pessoas que atuavam como laranjas no esquema, todos com laços de amizade ou parentesco com o jovem.
Apesar das movimentações milionárias, nenhum bem de valor foi encontrado em nome do investigado durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão. O celular dele foi apreendido e será periciado.
Agora, a polícia investiga se patrimônios foram adquiridos em nome de familiares ou amigos próximos.

Crimes e penas

O jovem responde por estelionato, furto mediante fraude, abuso de confiança, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Somadas, as penas ultrapassam 10 anos de prisão.
O inquérito segue em andamento para identificar todos os envolvidos e tentar recuperar os ativos desviados.

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