STF condena Carla Zambelli a mais de 5 anos de prisão por porte ilegal de arma
Deputada já soma duas sentenças e aguarda extradição da Itália para o Brasil
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por ampla maioria, condenar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a 5 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com uso de arma. O julgamento ocorreu no plenário virtual da Corte, nesta sexta-feira (22), e terminou com o placar de 9 votos a 2.
Divergências no julgamento
O relator do caso, ministro Gilmar Mendes, foi acompanhado pela maioria dos colegas. Apenas Nunes Marques e André Mendonça divergiram.
-
Nunes Marques votou pela absolvição da parlamentar.
-
André Mendonça defendeu condenação apenas pelo crime de constrangimento ilegal, com pena de oito meses em regime aberto.
Apesar do resultado, a pena ainda não será cumprida de forma imediata, já que cabe recurso. O julgamento será oficialmente encerrado às 23h59 desta sexta-feira.
O caso: perseguição armada em plena rua
Zambelli foi denunciada por perseguir, armada, um homem em via pública, em um bairro nobre de São Paulo, durante as eleições de 2022. O episódio envolveu um apoiador do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e foi amplamente registrado em vídeos que circularam nas redes sociais.
Segunda condenação no STF
Esta é a segunda condenação da deputada no Supremo. Em maio deste ano, os ministros já haviam aplicado uma pena de 10 anos de prisão por invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos falsos.
As duas penas serão somadas, o que pode elevar significativamente o tempo de prisão da parlamentar.
Presa na Itália e na lista da Interpol
Carla Zambelli está atualmente presa na Itália, aguardando processo de extradição para o Brasil. Antes do trânsito em julgado da primeira condenação, a parlamentar deixou o país e passou a figurar na lista de difusão vermelha da Interpol, usada para localizar foragidos internacionais.
Defesa fala em perseguição política
A defesa de Zambelli classificou a decisão como fruto de uma “perseguição política” e criticou a velocidade do processo. Segundo os advogados, “nunca houve julgamento tão rápido na história da Corte”.