Senador Miguel Uribe Turbay, pré-candidato à presidência da Colômbia, morre após atentado a tiros
O senador colombiano Miguel Uribe Turbay, pré-candidato à presidência do país, faleceu na madrugada desta segunda-feira (11), após permanecer por mais de dois meses hospitalizado devido aos ferimentos provocados por um atentado a tiros sofrido em Bogotá, no dia 7 de junho. Ele tinha 39 anos.
O hospital Fundação Santa Fé, onde Uribe esteve internado, informou que a equipe médica trabalhou intensamente durante todo o período, mas não conseguiu reverter o quadro. O atentado, que chocou a Colômbia, reacendeu o debate sobre a violência política que há décadas assola o país, onde líderes políticos, sociais e sindicais frequentemente são alvo de ataques.
A morte do senador ocorreu em um momento delicado, durante a campanha pela consulta popular sobre a reforma trabalhista promovida pelo governo. Um adolescente de 15 anos foi preso acusado de efetuar os disparos, enquanto o governo oferece recompensa de US$ 730 mil para quem fornecer informações que levem aos mandantes intelectuais do crime.
A repercussão do caso chegou até os Estados Unidos, que apontou a “retórica” do governo atual como um fator que alimenta a violência, enquanto o presidente Gustavo Petro criticou o uso político do atentado, sugerindo uma possível tentativa de desestabilização do seu governo.
Filho do ex-vereador e ex-secretário de Governo de Bogotá, Miguel Uribe Turbay era neto do ex-presidente Julio César Turbay, que governou a Colômbia entre 1978 e 1982 pelo Partido Liberal. Embora compartilhasse o sobrenome com o ex-presidente Álvaro Uribe Vélez, líder do Centro Democrático e seu partido, Miguel não possuía parentesco direto com ele.
A trajetória pessoal de Miguel Uribe também foi marcada pela violência política: quando tinha apenas cinco anos, sua mãe, a jornalista Diana Turbay, foi sequestrada e assassinada por um grupo paramilitar ligado ao narcotraficante Pablo Escobar, que tentava impedir o tratado de extradição com os Estados Unidos.
Sua morte representa uma perda significativa para a oposição colombiana e deixa um alerta sobre os riscos que líderes políticos enfrentam em um país ainda marcado por conflitos e disputas violentas.